quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Loalwa (Grupo Kaoma)

Loalwa Braz, ou simplesmente Loalwa, nasceu no Rio de Janeiro/RJ, em 1953.

Com 17 anos já era crooner de uma banda que se apresentava nos clubes da elite do Rio de Janeiro.

Certa vez, saiu radiante do bairro de Jacarepaguá, onde nasceu e se criou, para cantar no Iate Clube da cidade. Preparou-se muito para isso, contou para toda a família, vizinhos e amigos sobre o baile. Porém, ao chegar lá, um dos funcionários a mandou entrar pelo portão dos fundos, destinado aos empregados de serviços gerais. Surpresa com a atitude, Loalwa disse que era a cantora do grupo que se apresentaria naquela noite. Ninguém acreditou! "Percebi que estava sendo discriminada por ser negra e pelo meu estilo. Sempre tive orgulho da minha parte africana e de usar o meu cabelo natural, duro e esvoaçado. O funcionário pensou que eu era uma serviçal apenas pela minha cor e aparência. Comecei a chorar, mas mesmo assim insisti para entrar", conta. Dado por vencido, o funcionário finalmente a deixou passar pelo portão principal. "Isso já havia acontecido outras vezes comigo, mas nunca me esmoreci diante de nenhum preconceito, principalmente preconceito racial", esclarece Loalwa.

Antes mesmo de o grupo Kaoma estourar em Paris, em junho de 1989, a cantora já morava na Cidade Luz havia quatro anos, onde soltava a voz em festivais de jazz.

Apesar de ter se tornado conhecida através de um ritmo popular, desde criança Loalwa recebeu influências da música erudita. Filha de mãe pianista, ela estudava piano clássico seis horas por dia. O contato com a música “do povo” veio através de seu pai. "Minha casa era frequentada por bambas como Jackson do Pandeiro. Quando eu tinha uns 15 anos, cantei ‘Carinhoso’ em concurso num clube de Jacarepaguá, onde nasci, e tirei em primeiro lugar. Foi uma emoção porque Pixinguinha estava assistindo”, lembra a cantora.

Filha de uma pianista e de pai chefe de orquestra, sua formação musical era clássica e também popular, tanto que os amigos se assustaram quando ela se interessou pelos testes para ser vocalista de um grupo de lambada. "Falaram que eu não devia fazer aquilo, pois eu cantava música de qualidade, como o jazz. Eu que nunca tive frescura em relação a isso, não pensei duas vezes", conta. A seleção, porém, exigia mulheres com no máximo 25 anos. Loalwa estava com 32 na época. "Fui a primeira a fazer o teste e logo percebi que gostaram de mim. Fui escolhida!".

Com a vocalista, nasceu o grupo Kaoma que, em um curto espaço de tempo estourou em Paris e conquistou a Europa. Em pouco mais de seis meses o mundo inteiro já estava "dançando lambada". O grupo durou de 1989 até 1998, quando lançou o último CD na Europa. Mas Loalwa nunca parou e, sempre cantando em português, continuou levando o ritmo aos quatro cantos do mundo.

Formado em 85 na França e batizado por Loalwa, o Kaoma estourou nas paradas brasileiras em 89 com “Chorando se Foi”, versão de Márcia Ferreira para uma música dos irmãos bolivianos Hermosa. Outros hits ganharam os anos 90 como “Lambamor” e “Dançando Lambada”.

Com o final do Kaoma, Loalwa deu sequência a sua carreira artística, vivendo em Paris e fazendo shows por dezenas de países da Europa, além de Japão, EUA e África do Sul.

Empresariada por Lu Barbosa, esteve no Brasil em 2009 para gravação de um DVD comemorativo dos 20 anos de sucesso da lambada.

Após apresentação no último congresso internacional de zouk em Porto Seguro em janeiro de 2009 e em maio no Carioca Club, Loalwa Braz gravou no início de junho o programa Show da Gente, do SBT de Netinho de Paula e contou com a participação de parte da Cia de dança Philip Miha que dançou enquanto Loalwa Braz cantava seus antigos sucessos.

Casada com um francês, ela faz programas de TV na Europa, já compôs trilha sonora para dois filmes, mas sempre que pode volta à sua terra de origem, onde tem uma fazenda no Espírito Santo. “Gosto muito de novela e de cuidar de animais. Sei que ainda voltarei para o Brasil de vez”.

Loalwa foi eleita pelo Guiness Book uma das 20 vozes mais ouvidas no mundo. Loalwa é membro da Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras; pela qual foi condecorada com a medalha de prata (Prix Thorlet 2003). Um novo título enriquece a carreira da cantora, que acabou de ser nomeada Embaixatriz pela Association Francophone pour la Promotion de l'Esprit Sportif (AFPES), através do mundo.

Fonte: Raçabrasil, Música do Brasil e Ego.

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