Diana Pequeno |
Seu sobrenome REALMENTE é Pequeno, morou na Saúde, no bairro de Nazaré (centro de Salvador) e estudou no famoso Colégio de Aplicação - um dos grandes referenciais em termos de educação nos anos 1950 a 1970, ganhou até canção dos Novos Baianos. Desse, partiu para a Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde foi estudar Engenharia Elétrica. Aliás, tive o prazer de conhecer e conviver com algumas pessoas que desfrutaram o prazer de conhecê-la pessoalmente, compartilhando de verdadeiras cantorias no restaurante universitário.
Um belo dia, um amigo de seu pai, Bila, que ainda que não profissionalmente, lidava com música, perguntou se ele poderia indicar três boas cantoras para fazerem testes na RCA-Victor. A esta altura, Diana Pequeno já era conhecida nos meios universitários e midiáticos baianos; assim, seu pai resolveu indicá-la, meio que sem acreditar, junto com outras duas cantoras (o nome delas perdeu-se com o tempo). Acabou que Diana foi a única escolhida pela RCA-Victor - uma das gravadoras que mais projetou cantoras nos anos 70 - e, aos 19 anos, entrava em estúdio para gravar o seu primeiro disco.
Trabalhou com teatro e música no interior da Bahia. Radicou-se em São Paulo em 1978, quando lançou-se como cantora. Seu primeiro disco, "Diana Pequeno", teve como carro-chefe uma versão para Blowin' In The Wind, de Bob Dylan e foi muito bem recebido pela crítica.
Em fins dos anos 1970, quando ainda era estudante de Engenharia Elétrica, destacou-se como cantora nos palcos universitários. Passou nessa época a dedicar-se à música, buscando um repertório caracteristicamente brasileiro, misturado a baladas românticas, além das influências medievais, orientais e africanas. Musicou poetas como Mário Quintana e Cecília Meireles.
Gravou seu primeiro disco pela BMG, ex RCA em 1978, com direção de criação de Osmar Zan e direção artística e de estúdio de Dércio Marques, com as participações especiais de Osvaldinho do Acordeom, Gereba, Grupo Bendegó, Dorothy Marques e Dércio Marques. Entre outras composições, gravou "Cuitelinho", tema folclórico, adaptado por Paulo Vanzolini, "Acalanto" de Elomar, "Los caminos" de Pablo Milanez, "Relvas" de Dercio Marques e Claudio Murilo e a clássica balada "Blowin'in the wind", do cantor e compositor norte americano Bob Dylan, com versão de sua autoria e acompanhamento ao violão de Dercio Marques, e que tornou-se seu grande sucesso.
O sucesso daquela linda moreninha de cabelos encaracolados e voz grave foi tão grande que, um dos músicos participantes do seu primeiro disco, acabou namorando e casando com ela. Trata-se do Décio Marques, que a auxiliou na produção do seu segundo disco, "Eterno Como Areia"(RCA-Victor, 1979).
Em 1979 classificou-se para as finais do festival de música da extinta TV Tupi com a música "Facho de fogo" de João Bá e Vital França. Nesse ano, lançou o LP "Eterno como areia", com destaque para "Facho de fogo", de João Bá e Vidal França; "Esse mar vai dar na Bahia", de Hilton Acioli; "Cantiga de amigo", de Elomar e "Camaleão", do folclore pernambucano,além da música título, de José Maria Giroldo.
Em 1980 foi classificada no festival MPB-80 da Tv Globo, com a música "Diversidade" de Chico Maranhão. Apresentou-se, ao longo de seus mais de vinte anos de carreira, em diversos países, entre os quais, o Japão onde participou do 13º Festival Internacional da Canção Popular de Tóquio, onde recebeu o prêmio originalidade com a música "Papagaio dos cajueiros". Naquele país oriental lançou os discos "Sentimento meu" e "Mistérios".
Em 1981 lançou pela RCA o LP "Sinal de amor", interpretando entre outras, as composições "Busca-pé"de João Bá e Vidal França, "Vagando" de Paulinho Morais, "Regina" tema folclórico com adaptação de sua autoria, "As flores deste jardim" de Ricardo Villas e "Laura" em pareceria com Luiz Llach. No ano seguinte,lançou o LP "Sentimento meu", música título de Melão e Vladimir Diniz, além de "Amor de índio", de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, "Paisagem (Canção da menina moça)" e "Missa da terra sem males", de sua autoria.
Em 1982 separa-se de Décio Marques.
Diana Pequeno |
A esta altura, Diana Pequeno já estava fatigada de ter que atender nichos específicos e de atender aquilo que o público pedia, mas ela particularmente não sabia o que fazer. Há até quem diga que Diana só tomou este rumo "pop" porque queria se livrar do estigma de "Joan Baez tupiniquim", por conta da versão de "Blowin' In The Wind" (para quem não sabe, Joan Baez era a "Bob Dylan de saias"). Ou mesmo por conta da sua relação complicada com o Décio Marques, ligado a música regionalista. Esta fase pop seria uma espécie de ruptura violenta.
E, quando poderia ter se tornado uma das maiores cantoras do Brasil, Diana tomou a decisão de afastar-se do mainstream. Aproveitou o fim do seu contrato com a RCA-Victor e não o renovou. Voltou ao curso de engenharia. Graduou-se. Recomeçava a vida aos 27 anos. Sua última participação para o grande público foi com um tema de novela (coisa que ela só havia feito uma vez, na Bandeirantes, com "Amor de Índio", que entrou em "Maçã do Amor"): "Haja Coração", que entrou na trilha da obscura e fracassada trama global "De Quina Pra Lua". Aliás, a melhor música do disco. E está longe de ser uma canção a la Diana Pequeno. Detalhe: esta canção SÓ foi lançada no LP da novela.
Em 1989, com ajuda da irmã Eliana Pequeno, que sempre foi sua produtora particular, Diana Pequeno lança um disco independente chamado "Mistérios"(erroneamente chamado de Acquarius por alguns - a confusão se dá pelo nome que aparece no rótulo do LP, na verdade "Acquarius" era a produtora da Eliana Pequeno). É um disco intimista, mezzo pop, mezzo regionalista. Tem bons momentos, como a versão de "Mulher Rendeira", mas é um disco um pouco difícil de ser assimilado. É o disco mais raro de Diana Pequeno, principalmente pelo fato de sua venda ter sido feita pelos correios. Não chega a ser dificílimo de encontrar, mas é mais do que os outros. A capa é bastante simples, com a sua foto de perfil em preto e branco.
Diana Pequeno |
Para esse LP escreveu "Serei teu bem", versão para "You' ve got a friend", de Carole King. Em 1989, gravou de maneira independente o LP "Acquarius", que tinha entre outras as músicas "Olhos abertos", de Guarabyra e Zé Rodrix; "As ilhas", de Joyce; "Mulher rendeira", de Zé Martins e Zé do Norte; "Mil melodias", de Guilherme Rondon e Paulo Simões e "Tudo no olhar" e "Ser feliz é melhor que nada", de sua autoria. Após isto, Diana "sumiu" durante os anos 90.
Em 2001, lançou seu sétimo disco, pelo selo Rádio Mec, com clássicos da música popular brasileira de autoria de Carlos Gomes, Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga e Guerra Peixe, além de canções folclóricas. Em 2002, apresentou-se na Sala Funarte no Rio de Janeiro onde interpretou entras músicas, "Lua branca", de Catulo da Paixão Cearense e "Canoeiro", de Dorival Caymmi. É chamada de "Joan Baez" brasileira, pela pesquisa de músicas engajadas, tanto latinas quanto de roda que incluiu em seu repertório.
No seu último disco, "Cantigas", ela surpreendentemente se voltou para os primórdios da música brasileira. São músicas raras de Chiquinha Gonzaga, Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, Catulo da Paixão Cearense e algumas mais novas de Edu Lobo, Dorival Caymmi, que se integram perfeitamente às demais. Dizem que ficou mais de um ano pesquisando repertório.
Diana Pequeno sempre encantou pelo seu jeito descontraído de cantar. Embora ela fosse séria e compenetrada na sua interpretação, a sua voz causava uma sensação de intimidade jamais percebida por mim em outro artista da MPB. O seu sotaque baiano claro, porém sem exageros, dava a canção um verdadeiro meio-termo entre o urbano e o rural. Ela podia cantar tão bem uma canção pop como "Serei Teu Bem"(versão de "I've Got a Friend", de Carolyn King), quanto uma canção intimista como "Cuitelinho".
Diana Pequeno |
Em 2003, apresentou-se no programa "A vida é um show", apresentado por Miéle na TVE, quando falou de sua vida e de sua carreira.
No ano de 2005 participou do projeto "Pelourinho Dia e Noite". Desde então, ela sumiu. Apenas pessoas amigas e íntimas dela, como o percussionista Papete, o Zeca (moderador de sua comunidade no Orkut) e o Zé Roberto(presidente do fã-clube), passaram a ter contato com ela. Alguns diziam que Diana havia se fechado como profissional de engenharia. Outros, que ela encontrava-se em projetos futuros. A verdade, só ela e a irmã sabem. Em 2015 reapareceu e participou da Virada Cultural de SP, com Show no Teatro Municipal de São Paulo. Foi recebida por um enorme carinho do público, ficando bastante emocionada. ( é possível ver esse show completo pelo Youtube).
Atualmente, ela mora no Rio de Janeiro. Por conta da saúde do sobrinho, Yuri, a família acabou saindo de São Paulo (ele sofre de asma e a poluição de "Sampa" não lhe fazia bem).
Após esse longo período de ausência , decide registrar suas canções mais recentes, desconhecidas do público. Diana costuma dizer: "- ao me calar, quem me chamou de volta foram os passarinhos a cantar na minha janela. Este é, sem dúvida, um chamado de Deus.
Dá início ao registro de sua obra mais recente e o resultado até agora são cinco álbuns: "ALMA GÊMEA", "ALMA CALMA", "ALMA MOURA", "XAMÃ" e "SIGNO" que foram lançados entre 2016 e 2017 . Três discos são totalmente autorais (Alma Gêmea, Alma Calma e Xamã) e os outros dois (Alma Moura e Signo) uma mistura de suas composições com músicas de compositores da música popular brasileira e latino-americana, além de algumas canções folclóricas, características sempre presente no trabalho tão singular e diferenciado de Diana Pequeno.
DISCOGRAFIA:
• Diana Pequeno (1978) RCA Victor LP
• Eterno como areia (1979) RCA Victor LP
• Sinal de amor (1981) RCA Victor LP
• Sentimento meu (1982) RCA Victor LP
• O mistério das estrelas (1985) RCA Victor LP
• Mistérios (1989) Acquarius/Independente LP
• Cantigas (2002) Selo Rádio MEC CD
Fontes: Dicionário Cravo Albin de Música Brasileira e Wikipédia.
Dá início ao registro de sua obra mais recente e o resultado até agora são cinco álbuns: "ALMA GÊMEA", "ALMA CALMA", "ALMA MOURA", "XAMÃ" e "SIGNO" que foram lançados entre 2016 e 2017 . Três discos são totalmente autorais (Alma Gêmea, Alma Calma e Xamã) e os outros dois (Alma Moura e Signo) uma mistura de suas composições com músicas de compositores da música popular brasileira e latino-americana, além de algumas canções folclóricas, características sempre presente no trabalho tão singular e diferenciado de Diana Pequeno.
Diana Pequeno - 2015 |
DISCOGRAFIA:
• Diana Pequeno (1978) RCA Victor LP
• Eterno como areia (1979) RCA Victor LP
• Sinal de amor (1981) RCA Victor LP
• Sentimento meu (1982) RCA Victor LP
• O mistério das estrelas (1985) RCA Victor LP
• Mistérios (1989) Acquarius/Independente LP
• Cantigas (2002) Selo Rádio MEC CD
Fontes: Dicionário Cravo Albin de Música Brasileira e Wikipédia.
Faz falta.Saudades...Precisa voltar.
ResponderExcluirDiana Pequeno curti D'Mais na minha adolescência, tinha 15 anos Fortaleza, praia de iguape, dancei com ela, eu era apaixonado por ela, bons tempos......
ResponderExcluirMeu Deus, eu gostaria muito de falar com essa mulher... estou apaixonado com o disco "Eterno como areia". É simplesmente mágico, quereria perguntar-lhe sobre quem fez arranjos de cada música, os músicos que a acompanharam,etc. São músicos incríveis (incluindo Diana), maravilhosos mesmo. Ai gente, nós temos que salvar o registro da história da nossa música, para as gerações futuras ! Não há pesquisador aí fora interessado em Diana? Eu estou.
ResponderExcluirTive o imenso prazer de ir no Bairro da Saúde em Salvador para informar a família,quando Diana passou no vestibular junto com meu irmão Alvaro,que ela colega de sua irmã Eliana,fui com meu irmão gêmio Adi no dia 3/8/1973 ela cantou na minha casa na Pituba no dia da minha formatura,em engenharia civil e o convite foi ENCONTRO MUSICAL,ela cantou BLOWIN IN THE WIND DE BOB DYLAN,foi a primeira música de sucesso dela,foi muito apraudida neste dia tinha futuro e teve,gostaria de revela, sempre que encontro com o seu irmão IVAN,pergunto por todos.vou deixar meu email caso ela retorne este comentário ariferreirasantos@gmail.com PARABÈNS Diana
ResponderExcluirRetificando: quem passou no vestibular junto com Alvinho foi Eliana Pequeno, Diana passou em 1973, ocasião da estreia do filme Pat Garrett and Billy The Kid onde Bob Dillan faz seu primeiro papel no cinema música do filme foi traduzida no Brasil por Diana Pequeno laçou então seu primeiro disco eu e meu irmão Adi fomos na casa dela no bairro da Saúde, com o resultado.
Excluirpedi uma adição do meu comentário ,não vi. Ari Crispiniano, peço incluir a correção
ResponderExcluirNossa, essa mulher resgata nossa história, nosso tudo, tudo eu....
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ResponderExcluirhttps://www.facebook.com/DIANAPequenoOFICIAL
ResponderExcluirgoogle.com/+DianaPequenoBrazilianSingerSongwriter
Eu tenho um CD dela com as "melhores" músicas! Aqui em Salvador ela lotaria qualquer teatro, desde Teatro Castro Alves até a Conha Acústica (capacidade de 5.000 pessoas) mesmo afastada da grande mídia, todos lembramos dela e temos esperanças de seu retorno. Quem poderia esquecer da doçura de sua voz!?
ResponderExcluirÉ uma pena que Diana Pequeno, abandonou a carreira musical, eu era adolescente e gostava de ouvir (e até hoje), todas as suas bela canções. Músicas de excelente qualidade, que fazem muita falta nas rádios brasileiras. Infelizmente a MPB perdeu espaço para o sertanejo lixento.
ResponderExcluirDiana é uma pessoa maravilhosa eu trabalhava no paes Mendonça e ela morava encima do mercado ela e a irmã duas pessoas maravilhosas
ResponderExcluirVoz lindíssima
ResponderExcluirPrecisa voltar
Grande cantora!!!
ResponderExcluirNão por ser conterrâneo de Diana, mas acredito que ela seja umas das geniais cantora e compositora baiana, infelizmente a grande mídia não reconhece o imenso talento dessa brasileira. Sempre curtir muito o trabalho de Diana, pois temos a mesma idade e acompanho desde de seu início da carreira artística.
ResponderExcluirouvindo Diana pequeno em 2024 enquanto se da noticia da indicação de Anita ao Grammy....é muita injustiça....
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