O cantor e compositor Luiz Gonzaga Kedi Ayrão, conhecido como Luiz Ayrão, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Lins de Vasconcelos, em 19 de janeiro de 1942.
Originário de uma família de artistas, o avô paterno era maestro, compositor e professor de música. Do lado de sua avó, Luiz Ayrão herdou o veio artístico para os versos e a poesia. Seu pai, assim como seus tios nas horas de lazer, dedicavam-se a compor, cantar e aos instrumentos musicais e, freqüentemente, todo o clã se reunia nas residências dos mais velhos. Vez por outra, era possível encontrar nas rodas de choro, mestres da música popular brasileira, amigos da família, como Pixinguinha e João da Bahiana, dentre outros. Nesse ambiente, a inclinação para a arte era inevitável.
Ainda ao tempo dos bancos escolares, Luiz Ayrão já contava com a admiração e o incentivo dos colegas pelo sucesso que faziam seus cadernos cheios de letras e melodias de sua autoria. Coincidentemente, nessa época, foi morar no seu bairro, recém-chegado do Estado do Espírito Santo, aquele que pouco mais tarde iria se tornar o maior ídolo da então chamada Música Jovem: Roberto Carlos.
Em meados da década de sessenta, explodiu a Jovem Guarda — movimento musical que dominaria todas as paradas de sucesso. "Nossa Cançã"o (1967), gravada por Roberto, e regravada por Luiz Ayrão ao vivo em seu CD/99, tornou-se um grande êxito e solidificou a carreira do novo compositor. Era o primeiro sucesso romântico da carreira de Roberto Carlos. Outros viriam ainda na voz de Roberto Carlos, como "Ciúme de Você" (1970), relançado por Zizi Possi (1990), pela Banda Raça Negra (1994 e 1999) e pelo jovem cantor Filipe Dylon, voltando aos primeiros lugares de execução e vendagem em todo o Brasil.
Em 2003 e 2004, "Nossa Canção" ocupou também os primeiros lugares nas vozes de Maria Bethânia, (“Maricotinha ao vivo”), e Vanessa da Matta (trilha sonora da novela “Celebridade”). O cantor Daniel regravou "Os Amantes", para a trilha da novela “América”.
Em virtude dos vários sucessos como autor, inúmeros sucessos como autor, começaram a surgir os convites para Luiz Ayrão lançar-se como cantor.
No início de 1974, pela Emi-Odeon, saiu o seu primeiro trabalho como cantor. Uma das faixas, considerada de meio-de-ano, estourou também no carnaval e atravessou o ano liderando todas as paradas: "Porta Aberta", uma declaração de amor à sua Escola de Samba Portela, da qual, atualmente, integra a diretoria. Esse samba tornou-se um grande hit, alcançou todas as premiações e virou clássico da MPB. No mesmo disco, outro grande êxito: "No Silêncio da Madrugada".
Luiz Ayrão, então, deixou a carreira de advogado e partiu para o segundo disco que trouxeram novos sucessos: "Saudades da República" e "Bola Dividida". Aceitou, então, o convite para compor o elenco da mais famosa casa de MPB da noite paulistana: Catedral do Samba.
Pouco mais tarde, incentivado pelos colegas, Luiz Ayrão tornou-se também empresário. Construiu e dirigiu, em São Paulo, três casas de shows: Canecão Anhembi, Sinhá Moça e Modelo da Liberdade. Pelas casas já passaram nomes como: Roberto Carlos, Elis Regina, Simone, Chico Anísio, Amália Rodrigues, Martinho da Vila, Clara Nunes, Cauby Peixoto, Angela Maria, Isaurinha Garcia, Jair Rodrigues, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Inezita Barroso, Adoniran Barbosa, Os Demônios da Garoa, Os Cantores de Ébano, Lana Bittencourt, Denílson, o comediante Costinha, o humorista/compositor Chocolate e vários outros talentos.
Os shows de Luiz Ayrão foram sendo cada vez mais requisitados por todo o Brasil. Novos discos foram lançados revelando sucessos anuais e consecutivo, como: "Conto até Dez"; "Quero que Volte"; "Reencontro"; "O Lobo da Madrugada"; "Mulher à Brasileira"; "Os Amantes" (gravada em espanhol por Luiz em seu primeiro disco para a América Latina); "Amor Dividido"; "A Saudade que Ficou"; "O Lencinho" (lançanda pela primeira vez em disco comercial, vozes infantis cantando samba: “Os Canarinhos de Petrópolis”); "Bonequinha"; "Meu Canarinho" (para a copa de 82); "Águia na Cabeça"; "Separados", dentre outros vários sucessos que conferiram ao cantor, discos de ouro, platina e diamante, dentro e fora do país, conduzindo-o a apresentações nos Estados Unidos, Europa, Japão e quase toda a América Latina.
Em 1996, o artista ultrapassou a marca dos 4.000 shows realizados. Para comemorar a marca alcançada, a Globo-Polydor (Som Livre) lançou seu 22o álbum. Despontou nas paradas a música "Renda Negra". Simultaneamente, a gravadora EMI pôs no mercado dois volumes da série "Meus Momentos", contendo grandes sucessos em gravações originais remasterizadas.
A mesma EMI, em 1999/2000, trouxe, de novo, a série "Meus Momentos", dessa vez com os dois CDs em um só estojo. Lançou, também, mais sucessos em uma outra série: "Raízes do Samba".
No começo de 2000, Luiz Ayrão estreou na carreira literária com seu romance: "O País dos Meus Anjos", Editora Record/Nova Era.
Em setembro de 2004, foi lançado um trabalho diferente de todos que havia feito: o CD – Luiz Ayrão – Intérprete – pela Mac Records, contendo 14 clássicos da MPB dos anos 30, 40, 50 e 60. Sucessos de Ary Barroso, Tom e Vinícius, Noel Rosa, Lupicínio, Cartola, Maysa, Pixinguinha e Braguinha, dentre outros. As Rosas Não Falam, Carinhoso, Ouça, Último Desejo, Risque, O Meu Nome É Ninguém, A Deusa da Minha Rua, Lábios Que Beijei, Neste Mesmo Lugar, são algumas das pérolas. No início de 2005, mais dois CDs: pela Gal/Sony, Luiz Ayrão - 20 Supersucessos, com seus maiores hits em regravações respeitando os arranjos originais, e outro, de carreira, pela Gravadora Atração cujo título é – Luiz Ayrão – Inéditas e Sucessos ao Vivo.
Em 2005 e 2006, Luiz Ayrão continuou viajando por todo o país realizando seus shows e passou a integrar a banca de jurados do Programa Raul Gil, seu amigo de longa data.
Dedicou-se, em 2007, a se reciclar nos instrumentos que toca e, principalmente, a compor para o próximo CD. Escreveu mais um livro: "Meus Ídolos e Eu", onde são retratados inúmeros ícones da MPB, com seus casos interessantes, pitorescos e inusitados acontecidos em shows e viagens.
Em junho de 2008, conclui o CD “A Vida é uma Festa” com músicas inéditas, alguns de seus sucessos e de outros artistas consagrados.
Em 2009, Luiz Ayrão apresentou-se na Virada Cultural em São Paulo.
Fonte: Site GPA Art.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
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